1. Saudações! É impossível começar uma
entrevista com vocês sem perguntar o porque do fim da infame horda Impetuous
Rage. Conte-nos como surgiu a banda e como você diferencia o Poisonous do
Impetuous Rage, em termos de música e temática.
Alex Rocha – Saudações da MORTE!!! O Impetuous Rage foi concebido
por pessoas que já não faziam parte da mesma quando se deu o seu final. No
começo não consegui colocar em prática o que realmente pensava como banda,
devido as diferenças de personalidades, até que as coisas foram se ajustando e
eu achei as pessoas certas para trabalhar, então, resolvemos dar início ao
POISONOUS, que se difere da antiga banda em tudo, apesar de parecerem em
algumas particularidades, pois ambas são bandas de DEATH METAL. O POISONOUS
pratica uma música com os seus alicerces fincados na escuridão, na morbidez e
na insanidade do estilo. Existe um clima mais primitivo no POISONOUS, e as
letras são mais aberrantes e demoníacas que as do Impetuous Rage, que tratavam
de uma visão de combate a religião como um todo, tema esse que abordamos ainda
nos dias de hoje, mas com menos tenacidade.
2. Como foi o processo de (de)composição
dos hinos do debut-CD do Poisonous? Algum vestígio de músicas antigas do
Impetuous Rage, ou apenas novas composições?
Alex Rocha – Não existe uma fórmula a ser seguida. As coisas vão
acontecendo de forma natural. Na verdade o que nos move é a loucura e
inquietação na qual vivemos. O mundo é nossa fonte de inspiração e caminhamos
lado a lado com o opositor de deus, vomitando nosso veneno, estuprando o rabo
da virgem e cuspindo na merda do espírito santo, coroando a morte como o único
objetivo final da humanidade.
A
música “Poisonous” marca essa transição entre as duas bandas.
3. O debut álbum “Perdition´s Den” foi
lançado também pela Genocide Prods, uma opção óbvia já que o material do
Impetuous Rage também foi lançado pela Genocide, certo? Como tem sido a
promoção deste material? Me parece que o mesmo também será lançado em LP,
conte-nos a respeito disto.
Alex Rocha – A Genocide Prods. trabalha espalhando nosso álbum em
parcerias com selos underground em todo mundo. O resultado disso demora um
pouco para aparecer, mas, no fim é mais vantajoso, pois, com o tempo estaremos
em vários países, além do que recentemente tivemos o “Perdition’s den” lançado
em tape via Rawblackult da Bolívia. Pretendemos lançar esse registro em CD por
um selo europeu ou americano, estamos trabalhando nisso ainda. O LP está sendo
aguardado. A Blood Harvest da Suécia é o
selo responsável por isso.
4. Clássicos são clássicos e todos nós
ouvimos e cultuamos os primeiros álbuns dos mestres: Possessed, Death, Morbid
Angel, Immolation. Mas, me diga, quais foram os últimos álbuns, ou novas bandas
que você realmente se interessou e ouviu incessantemente?
Alex Rocha – Recentemente tenho escutado o Godless do Chile,
Adversarial, Vorum, Cerekloth, Diabolic-“Vengeance Ascending”, Disma, Drowned e
Necros Christos da Alemanha, Extermination Angel, Force of Darkness, Grave
Desecrator, Incrust, Embalmed Souls, Ignivomous, Nominon, Purgatory da
Alemanha, Karnarium, Necrovation, Manticore, Grotesque Commnion, Magnanimus, Necroccultus,
Nocturnal Vomit, Perdition Temple, Teitanblood, Voids Of Vomit, Slugathor,
Throneum..., além de muito Venom, Possessed, Death, Morbid Angel, Hellhammer,
Headhunter D.C., Iron Maiden, Sepultura, Black Sabbath, Slayer, Sodom, Samael,
Malevolent Creation, Deicide, Sepultura, Acheron, Bathory, Sarcófago, Vital
Remains – “Let us Pray”..., que são ícones. Isso é um pouco do que eu escuto
trancafiado aqui em minha cova chamada de lar!
5. Recentemente saiu o mais novo do
Morbid Angel. Ainda não ouvi, mas o comentário de todos é que o álbum é
extremamente experimental e diferente. O que você acha deste tipo de coisa?
Funciona com death metal, não funciona, depende? Algum álbum ou banda com
outros elementos musicais que gostaria de mencionar? Pessoalmente, curto muito
aquele LP “The Key” do Nocturnus. Extremamente criativo e foda.
Alex Rocha – Esse novo álbum do Morbid Angel é um tiro no ovo
esquerdo, preocupando-se em não atingir
o ovo direito. Eu gosto de algumas faixas como “Existo Vulgore” e
“Nevermore”. Ele poderia ser um bom EP, mas pra morrer a conversa não apoio a
obra como um todo, e foi uma grande cagada deles. Acredito que as pessoas devem
ser capazes de ter um senso crítico e enxergar que certas coisas não cabem
dentro do DEATH METAL, mas, ai vai também muito da personalidade de cada um. O
Morbid Angel caga e anda pra cena hoje em dia, então não se espante se mais
maluquices vierem por ai. As bandas realmente comprometidas estão a margem do
mainstream (rara são as exceções), e fazem um som focado no que é real em
termos de conduta metal. Claro que elementos novos são muito bons, e se não
parecerem forçados ou maluquice são bem vindos. Acima de tudo tem que estar o
METAL DA MORTE inabalável.
6. Observei recentemente um certo
aumento no número de bandas cultivando o death metal mais tradicional,
principalmente com o surgimento de diversas bandas seguindo o estilo death
metal sueco, ou americano do início do movimento. Você acha que isso foi apenas
um fato, existe um certo modismo, ou de certa forma uma resposta ao fato de há
pouco tempo atrás terem surgido diversas bandas de death metal focadas apenas
no “tecnicalismo” musical?
Alex Rocha – Sinceramente não sei te falar o que passa pela cabeça
das pessoas. Naturalmente que quando existem tendências, costuma-se chamar de
moda ou algo do tipo, mas tudo na vida é formado de ciclos. As coisas vem e vão,
e não será diferente com o death metal atual. No final uma grande leva vai
embora e poucos permanecem e assim vamos sobrevivendo. É realmente uma seleção
natural, e o DEATH METAL verdadeiro é atemporal, não tem prazo de validade. O
que eu posso falar é que aqueles que chegarem agora e permanecerem serão bem
vindos, e isso só o tempo é quem vai julgar e estabelecer parâmetros. De resto
é conversa fiada, pois o DEATH METAL por si só vence todas essas lástimas
capitalistas.
7. Conte-nos qual a fonte de inspiração
para os hinos sombrios da banda e suas letras. Filmes de horror são essenciais
para qualquer deathbanger, comente seus favoritos.
Alex Rocha – Músicas como “At Dawn They Sleep”, “Satan’s Curse”,
Filmes como “O Exorcista”, “Evil Dead”, “Mensageiro de Satanás”, “Bebê de
Rosemary”, “Death Wish”, além de temas como a morte, doença, insanidade,
guerras, escuridão, sadismo, ou seja, o mundo doente em que vivemos como um
todo, são algumas das coisas que me inspiram, e aos meus companheiros de banda:
Michael, E. Evil e Marcelo, a continuar caminhando pelo caminho da mão
esquerda. Nosso real pesadelo é uma babilônia aonde o dia nunca nasce e gritos
de horror são entoados como o único alento. Nós esperamos o fim completo.
Utopia? FUCK OFF!!!
8. Como é o movimento em termos de shows
por ai? A banda tem se apresentado muito durante este ano? Quais as maiores
dificuldades? E diga-me, alguma perspectiva de ver o Poisonous tocando por aqui
em Minas no futuro?
Alex Rocha – Shows acontecem por aqui, apesar de eu não ir a muitos
shows aqui em Salvador. Falta estrutura para as coisas acontecerem. As casas de
show são muito caras, e as mesmas são alimentadas pela música local que consome
as pessoas como um câncer, tornando-as burras e cegas. Na verdade eu odeio isso
aqui, odeio as pessoas desse lugar, e essa postura minha não é coisa de
roqueiro sem causa ou rebelde maluco, eu apenas não compactuou com o modo de
vida que o povo baiano leva em seu cotidiano. As pessoas aqui vivem numa
miséria, mas se tiver um trio tocando música de adestrar macaco fica tudo
beleza. Podemos passar fome, não ter direito a saúde, sem contar os índices de
homicídios e latrocínios elevados, que não existe problema na terra do axé de
lixo. Então mantenho-me trancafiado em minha prisão domiciliar com meus discos
e freqüentando a casa de poucos amigos para beber e ouvir algo. Tocamos pouco
por aqui, ainda bem, média de 1 vez por ano, e por isso preferimos tocar fora,
então se os produtores de Minas resolverem nos levar para praticar DEATH METAL
ai será um prazer doentio essa conquista. Esperamos propostas honestas e
sinceras daqueles que realmente praticam o Underground. Em qualquer parte do
mundo o POISONOUS representa METAL DA MORTE e nada mais!!!
9. Como é a vida do headbanger na Bahia,
terra do samba e de uma cultura totalmente diferente do metal?
Alex Rocha – Uma merda! Não vale a pena comentar sobre isso aqui.
Vivemos isolados de tudo. MORTE as pessoas da Bahia. Apenas as belezas naturais
devem ser exaltadas aqui. Para nossa cena é tudo difícil. Realmente tem que se
ter 666 culhões para se fazer metal aqui F.O.A.D.!
10. Meu caro, termino essa entrevista
por aqui, para terminar deixe suas últimas palavras e conte-nos o que podemos
esperar do Poisonous para frente.
Alex Rocha – Vocês podem esperar do POISONOUS somente terror, caos,
insanidade, zombaria, febre e DEATH METAL! Estamos na expectativa de nosso
primeiro álbum “Perdition’s Den” de 2010 ser liberado pela Blood Harvest da
Suécia neste momento, além disso um split está sendo concretizado com bandas
européias e uma do México, e no meio disso tudo já estamos trabalhando nas
sentenças de MORTE do nosso segundo álbum! Queimem o Vaticano!!! “AT WAR WITH
SATAN”!!!
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