sábado, 11 de agosto de 2012

Poisonous


1. Saudações! É impossível começar uma entrevista com vocês sem perguntar o porque do fim da infame horda Impetuous Rage. Conte-nos como surgiu a banda e como você diferencia  o Poisonous do Impetuous Rage, em termos de música e temática.
Alex Rocha – Saudações da MORTE!!! O Impetuous Rage foi concebido por pessoas que já não faziam parte da mesma quando se deu o seu final. No começo não consegui colocar em prática o que realmente pensava como banda, devido as diferenças de personalidades, até que as coisas foram se ajustando e eu achei as pessoas certas para trabalhar, então, resolvemos dar início ao POISONOUS, que se difere da antiga banda em tudo, apesar de parecerem em algumas particularidades, pois ambas são bandas de DEATH METAL. O POISONOUS pratica uma música com os seus alicerces fincados na escuridão, na morbidez e na insanidade do estilo. Existe um clima mais primitivo no POISONOUS, e as letras são mais aberrantes e demoníacas que as do Impetuous Rage, que tratavam de uma visão de combate a religião como um todo, tema esse que abordamos ainda nos dias de hoje, mas com menos tenacidade.

2. Como foi o processo de (de)composição dos hinos do debut-CD do Poisonous? Algum vestígio de músicas antigas do Impetuous Rage, ou apenas novas composições?
Alex Rocha – Não existe uma fórmula a ser seguida. As coisas vão acontecendo de forma natural. Na verdade o que nos move é a loucura e inquietação na qual vivemos. O mundo é nossa fonte de inspiração e caminhamos lado a lado com o opositor de deus, vomitando nosso veneno, estuprando o rabo da virgem e cuspindo na merda do espírito santo, coroando a morte como o único objetivo final da humanidade.
A música “Poisonous” marca essa transição entre as duas bandas.

3. O debut álbum “Perdition´s Den” foi lançado também pela Genocide Prods, uma opção óbvia já que o material do Impetuous Rage também foi lançado pela Genocide, certo? Como tem sido a promoção deste material? Me parece que o mesmo também será lançado em LP, conte-nos a respeito disto.
Alex Rocha – A Genocide Prods. trabalha espalhando nosso álbum em parcerias com selos underground em todo mundo. O resultado disso demora um pouco para aparecer, mas, no fim é mais vantajoso, pois, com o tempo estaremos em vários países, além do que recentemente tivemos o “Perdition’s den” lançado em tape via Rawblackult da Bolívia. Pretendemos lançar esse registro em CD por um selo europeu ou americano, estamos trabalhando nisso ainda. O LP está sendo aguardado.  A Blood Harvest da Suécia é o selo responsável por isso.

 
4. Clássicos são clássicos e todos nós ouvimos e cultuamos os primeiros álbuns dos mestres: Possessed, Death, Morbid Angel, Immolation. Mas, me diga, quais foram os últimos álbuns, ou novas bandas que você realmente se interessou e ouviu incessantemente?
Alex Rocha – Recentemente tenho escutado o Godless do Chile, Adversarial, Vorum, Cerekloth, Diabolic-“Vengeance Ascending”, Disma, Drowned e Necros Christos da Alemanha, Extermination Angel, Force of Darkness, Grave Desecrator, Incrust, Embalmed Souls, Ignivomous, Nominon, Purgatory da Alemanha, Karnarium, Necrovation, Manticore, Grotesque Commnion, Magnanimus, Necroccultus, Nocturnal Vomit, Perdition Temple, Teitanblood, Voids Of Vomit, Slugathor, Throneum..., além de muito Venom, Possessed, Death, Morbid Angel, Hellhammer, Headhunter D.C., Iron Maiden, Sepultura, Black Sabbath, Slayer, Sodom, Samael, Malevolent Creation, Deicide, Sepultura, Acheron, Bathory, Sarcófago, Vital Remains – “Let us Pray”..., que são ícones. Isso é um pouco do que eu escuto trancafiado aqui em minha cova chamada de lar!

5. Recentemente saiu o mais novo do Morbid Angel. Ainda não ouvi, mas o comentário de todos é que o álbum é extremamente experimental e diferente. O que você acha deste tipo de coisa? Funciona com death metal, não funciona, depende? Algum álbum ou banda com outros elementos musicais que gostaria de mencionar? Pessoalmente, curto muito aquele LP “The Key” do Nocturnus. Extremamente criativo e foda.
Alex Rocha – Esse novo álbum do Morbid Angel é um tiro no ovo esquerdo, preocupando-se em não atingir  o ovo direito. Eu gosto de algumas faixas como “Existo Vulgore” e “Nevermore”. Ele poderia ser um bom EP, mas pra morrer a conversa não apoio a obra como um todo, e foi uma grande cagada deles. Acredito que as pessoas devem ser capazes de ter um senso crítico e enxergar que certas coisas não cabem dentro do DEATH METAL, mas, ai vai também muito da personalidade de cada um. O Morbid Angel caga e anda pra cena hoje em dia, então não se espante se mais maluquices vierem por ai. As bandas realmente comprometidas estão a margem do mainstream (rara são as exceções), e fazem um som focado no que é real em termos de conduta metal. Claro que elementos novos são muito bons, e se não parecerem forçados ou maluquice são bem vindos. Acima de tudo tem que estar o METAL DA MORTE inabalável.

6. Observei recentemente um certo aumento no número de bandas cultivando o death metal mais tradicional, principalmente com o surgimento de diversas bandas seguindo o estilo death metal sueco, ou americano do início do movimento. Você acha que isso foi apenas um fato, existe um certo modismo, ou de certa forma uma resposta ao fato de há pouco tempo atrás terem surgido diversas bandas de death metal focadas apenas no “tecnicalismo” musical?
Alex Rocha – Sinceramente não sei te falar o que passa pela cabeça das pessoas. Naturalmente que quando existem tendências, costuma-se chamar de moda ou algo do tipo, mas tudo na vida é formado de ciclos. As coisas vem e vão, e não será diferente com o death metal atual. No final uma grande leva vai embora e poucos permanecem e assim vamos sobrevivendo. É realmente uma seleção natural, e o DEATH METAL verdadeiro é atemporal, não tem prazo de validade. O que eu posso falar é que aqueles que chegarem agora e permanecerem serão bem vindos, e isso só o tempo é quem vai julgar e estabelecer parâmetros. De resto é conversa fiada, pois o DEATH METAL por si só vence todas essas lástimas capitalistas.


7. Conte-nos qual a fonte de inspiração para os hinos sombrios da banda e suas letras. Filmes de horror são essenciais para qualquer deathbanger, comente seus favoritos.
Alex Rocha – Músicas como “At Dawn They Sleep”, “Satan’s Curse”, Filmes como “O Exorcista”, “Evil Dead”, “Mensageiro de Satanás”, “Bebê de Rosemary”, “Death Wish”, além de temas como a morte, doença, insanidade, guerras, escuridão, sadismo, ou seja, o mundo doente em que vivemos como um todo, são algumas das coisas que me inspiram, e aos meus companheiros de banda: Michael, E. Evil e Marcelo, a continuar caminhando pelo caminho da mão esquerda. Nosso real pesadelo é uma babilônia aonde o dia nunca nasce e gritos de horror são entoados como o único alento. Nós esperamos o fim completo. Utopia? FUCK OFF!!!


8. Como é o movimento em termos de shows por ai? A banda tem se apresentado muito durante este ano? Quais as maiores dificuldades? E diga-me, alguma perspectiva de ver o Poisonous tocando por aqui em Minas no futuro?
Alex Rocha – Shows acontecem por aqui, apesar de eu não ir a muitos shows aqui em Salvador. Falta estrutura para as coisas acontecerem. As casas de show são muito caras, e as mesmas são alimentadas pela música local que consome as pessoas como um câncer, tornando-as burras e cegas. Na verdade eu odeio isso aqui, odeio as pessoas desse lugar, e essa postura minha não é coisa de roqueiro sem causa ou rebelde maluco, eu apenas não compactuou com o modo de vida que o povo baiano leva em seu cotidiano. As pessoas aqui vivem numa miséria, mas se tiver um trio tocando música de adestrar macaco fica tudo beleza. Podemos passar fome, não ter direito a saúde, sem contar os índices de homicídios e latrocínios elevados, que não existe problema na terra do axé de lixo. Então mantenho-me trancafiado em minha prisão domiciliar com meus discos e freqüentando a casa de poucos amigos para beber e ouvir algo. Tocamos pouco por aqui, ainda bem, média de 1 vez por ano, e por isso preferimos tocar fora, então se os produtores de Minas resolverem nos levar para praticar DEATH METAL ai será um prazer doentio essa conquista. Esperamos propostas honestas e sinceras daqueles que realmente praticam o Underground. Em qualquer parte do mundo o POISONOUS representa METAL DA MORTE e nada mais!!!


9. Como é a vida do headbanger na Bahia, terra do samba e de uma cultura totalmente diferente do metal?
Alex Rocha – Uma merda! Não vale a pena comentar sobre isso aqui. Vivemos isolados de tudo. MORTE as pessoas da Bahia. Apenas as belezas naturais devem ser exaltadas aqui. Para nossa cena é tudo difícil. Realmente tem que se ter 666 culhões para se fazer metal aqui F.O.A.D.!

10. Meu caro, termino essa entrevista por aqui, para terminar deixe suas últimas palavras e conte-nos o que podemos esperar do Poisonous para frente.
Alex Rocha – Vocês podem esperar do POISONOUS somente terror, caos, insanidade, zombaria, febre e DEATH METAL! Estamos na expectativa de nosso primeiro álbum “Perdition’s Den” de 2010 ser liberado pela Blood Harvest da Suécia neste momento, além disso um split está sendo concretizado com bandas européias e uma do México, e no meio disso tudo já estamos trabalhando nas sentenças de MORTE do nosso segundo álbum! Queimem o Vaticano!!! “AT WAR WITH SATAN”!!!


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